Samudra Spirit Glitters, filmado nos confins selvagens da Indonésia, revela picos sem crowd com tubos azul-turquesa.
https://www.youtube.com/watch?v=1uZY5Tcj8u0 O novo filme de Craig Anderson, Samudra Spirit Glitters, é uma viagem tradicional de exploração. Gravado ao lado do parceiro de longa data Dav Fox, o filme registra a entrega e o prazer silencioso de ir além do comum - leia-se longe do crowd. Captado nos confins do que ainda resta de inexplorado na Indonésia, o video mostra um Anderson maduro, inquieto e inspirado, usando diferentes pranchas em ondas tubulares, rasas e perigosamente afiadas. O título do filme carrega um significado simbólico que não passa despercebido: Samudr (sânscrito) significa oceano, mar ou confluência, uma metáfora perfeita para o espírito que move o surfista. A abertura de Samudra Spirit Glitters transporta o espectador para paisagens intocadas, que lembram a Indonésia dos anos 1970, no início das grandes expedições de surfe. A primeira onda surfada por Craig é uma esquerda que poderia ter saído de um sonho, uma espécie de The Wedge tropical, com água azul-turquesa, vento terral e nenhuma alma à vista. O cenário também lembra Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha: pura força surfada com muita elegância. Na água, Anderson se posiciona com precisão milimétrica, cavando por trás do pico e pegando tubos profundos, sempre com um estilo clássico e fluido. Ao sair, emenda rasgadas limpas, demonstrando calma e confiança. Após a primeira sessão, o filme situa o espectador, exibindo cenas que capturam a atmosfera quase primitiva do lugar, como as de galos brigando numa rinha, enquanto moradores observam atentos, e paisagens agrestes intocadas. Sem resorts, sem surf camps, sem sinais de terem sido afetadas pelo turismo em qualquer maneira. Mais adiante, Craig chega a um lugarejo ainda mais rústico, onde as ruas são de barro e o tempo parece ter parado. As esquerdas que encontra lembram Uluwatu ou Impossibles em dias clássicos, mas sem nenhuma alma viva ao redor. Quando as séries crescem e as ondas passam dos dois metros e meio, ele troca a triquilha por uma monoquilha clássica. [caption id="attachment_3662097" align="alignnone" width="1365"] [media-credit name="Frame" align="alignnone" width="1365"][/media-credit] Craig Anderson vindo por trás do pico numa locação que lembra o famoso pico The Wedge, na Califórnia, só que numa versão melhorada e sem nenhum crowd.[/caption] "Ficar lá exige esforço de verdade. Dormir ao relento, lidar com cortes e ainda assim sentir satisfação por ter ido além. É isso que faz tudo valer a pena", explica Craig. "Tinha esse pico em mente há uns quinze anos. Vi numa edição antiga da revista Surfing World, uma esquerda perfeita. Chegar lá foi uma missão: balsas, inglês precário, barcos que não deveriam flutuar. Mas é isso que torna bom. Você precisa conquistar. As pessoas percebem quando algo é realmente merecido." Aos 37 anos de idade e prestes a se tornar pai, Craig vive um momento de reflexão. Depois de duas lesões graves, o rompimento do ligamento Lisfranc e uma syndesmosis no Chile, ele diz que estava pronto para sentir a vibração mais essencial do surfe novamente. "Fiquei fora por meses. Acho que estava precisando me reconectar." A viagem é marcada pelo desconforto, com Craig e Dav cruzando longas distâncias na Indonésia em busca da onda com a qual ele sonhava há mais de uma década. Dormem mal, comem pouco, filmam tudo. O que vai de encontro à postura de Craig diante das pressões da indústria do surfe e do imediatismo das redes sociais. "Nunca senti que precisava alimentar a máquina. Sempre fiz o que parecia certo pra mim. Patrocinadores vêm e vão, e a vida segue. Prefiro curtir as viagens, surfar no meu ritmo e confiar que a filmagem encontrará seu momento." Com declarações dadas ao site Stabsource https://www.waves.com.br/especiais/hawaii/temporada-havaiana-mundo-magico-do-north-shore/
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