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A National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), órgão dos EUA responsável por previsões climáticas, confirmou o surgimento da condições para La Niña, que se estenderá até fevereiro de 2026. A notícia movimenta o mundo da meteorologia e, consequentemente, o dos surfistas que monitoram de perto o ciclo El Niño por sua profunda influência nos padrões de swell em todo o planeta. La Niña é caracterizada por temperaturas da superfície do mar mais frias do que a média no Pacífico equatorial – o oposto do seu irmão mais conhecido, El Niño. Este resfriamento altera a circulação atmosférica global e, como resultado, afeta os sistemas de tempestades e ventos que geram ondulações, o que pode ajudar na formação das ondas. “As condições de La Niña estão presentes e tendem a persistir de dezembro de 2025 a fevereiro de 2026, com uma transição para o estado neutro entre janeiro e março de 2026 (55% de chance). Neste momento, espera-se que La Niña permaneça fraca. Uma La Niña fraca teria menos probabilidade de resultar em impactos convencionais de inverno, embora sinais previsíveis ainda possam influenciar a orientação da previsão”, informa a NOAA. A ressalva da NOAA é crucial: o evento atual de La Niña é esperado para ser fraco e de curta duração, com previsão de transição para condições neutras no início de 2026. A fraqueza do fenômeno pode mitigar os impactos "convencionais", mas a influência no surfe global já está no radar. O geógrafo marinho da Universidade Federal Fluminense (UFF), Eduardo Bulhões, explica como o fenômeno pode implicar no Brasil e nas ondas. "As projeções recentes indicam a ocorrência do fenômeno La Niña para os próximos meses. Esse fenômeno e o seu par El Niño são anomalias climáticas (respectivamente padrões de resfriamento e aquecimento da temperatura da superície do mar) que ocorrem no oceano pacífico equatorial e promovem as chamadas teleconexões. As teleconexões são justamente as correlações entre fenômenos climáticos e oceanográficos em áreas distantes do planeta e, para o Brasil, a ocorrência de La Niña implica condições mais secas ao sul do país e mais úmidas ao norte. Aqui para o Atlântico Sul a expectativa é de ligeiro enfraquecimento dos ventos de Nordeste e com isso a redução ao bloqueio dos ciclones extratropicais. Com isso há alguma expectativa para o aumento na frequência desses ciclones o que favorece as ressacas o que pode ser uma boa notícia para a comunidade do surfe. Mas, tais fenômenos variam de intensidade e o La Niña projetado é fraco, o que realmente pode não significar grandes alterações para a nossa temporada de primavera-verão", fala. Impactos diretos no surfe A mudança climática impulsionada por La Niña traz previsões distintas para os surfistas ao redor do mundo. Historicamente, La Niña costuma intensificar os ventos no Pacífico. Isso pode significar um potencial para a formação de swells de inverno (gerados por tempestades no Pacífico Norte) mais consistentes e poderosos para picos da Costa Norte de Oahu, onde os ventos e as grandes ondulações são o prato principal. O cenário é menos otimista para a Califórnia (EUA). La Niña está associada a invernos mais secos e quentes no sul dos Estados Unidos. Para a região, isso geralmente se traduz em um inverno com menos tempestades e, consequentemente, menos boas onduções do que os observados durante um ano de El Niño. Um dos efeitos mais notáveis e relevantes de La Niña é o aumento da atividade na temporada de furacões do Atlântico. Para os surfistas da Costa Leste dos EUA, Caribe, e até mesmo algumas regiões do Nordeste brasileiro, isso é uma boa notícia. O aumento da frequência e da intensidade das tempestades tropicais e furacões significa um potencial maior para a geração de swells. Expectativa baixa Embora o anúncio de La Niña aponte para certos padrões de swell, a fraqueza do evento significa que os surfistas devem manter um olhar atento e um pé no freio da euforia. O Pacífico esfriou e pode entregar ondas sólidas no Hemisfério Norte, enquanto o Atlântico se prepara para uma possível temporada mais ativa. Fonte
NOAA
source
https://www.waves.com.br/noticias/competicao/qs/saquarema-pro-2025-terca-sem-disputas/
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