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Temperatura máxima: rivalidade entre Italo Ferreira e Jack Robinson aquece abertura da WSL Finals em Fiji.

Italo Ferreira e Jack Robinson[caption id="attachment_3655302" align="alignnone" width="696"] [media-credit id=21055 align="alignnone" width="696"][/media-credit] Italo Ferreira e Jack Robinson carregam na camisa uma rivalidade que só vem ganhando força a cada novo confronto.[/caption] A janela para o WSL Finals 2025 abriu nesta quarta-feira (27), e a WSL marcou a chamada para definir os campeões mundiais da temporada na próxima segunda-feira (1) em Fiji, domingo (30) no Brasil. O primeiro embate do dia tem chamado atenção pela rivalidade e pela troca de farpas entre os atletas. Italo Ferreira e o australiano Jack Robinson serão os primeiros a entrar na água entre os homens, e encontros recentes entre eles têm causado tensão. É bom lembrar que no Finals 5 de 2024, Italo e Jack competiram na segunda bateria e se estranharam na época, com o potiguar levando a melhor. Para quem não se lembra, Robinson já iniciou o confronto querendo tirar Italo do prumo, correndo na areia e entrando na água primeiro. Já na água, os dois disputaram a prioridade na remada, e Italo acusou Jack de ter lhe dado uma braçada no ombro. A tática do australiano não deu certo, e Ferreira avançou com um somatório de 14.57 a 9.94. "Ele tentou jogar o jogo com a disputa de remada, mas eu joguei melhor", fala Italo Ferreira depois da bateria do ano passado. Voltando para 2025, na última etapa da temporada regular, em Teahupoo, Taiti, eles se trombaram na água novamente e dessa vez Jack levou a melhor, com Italo reclamando de uma possível não interferência dada ao Robinson na bateria 2 das quartas de final. Jack avançou com um somatório de 15.80 a 14.07 e foi campeão da etapa, que o credenciou a chegar no Finals 5. Esses embates recentes geraram um post da equipe de Italo no Instagram. No texto da publicação, imagens dos dois episódios acompanhado de questionamentos sobre fair play, o famoso "jogar limpo".   Ver essa foto no Instagram  

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O post fez com que a esposa de Jack, a brasileira Julia Muniz, respondesse nos comentários. "Post tendencioso. Tem um livro de regras explicando: não rolou interferência, foi início da bateria, sem prioridade — o Italo ganhou prioridade depois. Ele ainda puxou o Jack por baixo (só ver o vídeo). Os dois estão ali para destruir… que vença o melhor e boas ondas que seja um show de surfe". Italo Ferreira falou sobre a recente rivalidade com o Jack Robinson na coletiva de imprensa nos últimos dias. “São coisas que acontecem durante as competições. Realmente não é um jogo que eu supostamente faria para vencer uma bateria e, sim, tentar surfar de fato, mas faz parte da estratégia de cada um. Eu acho que, quando acontece algo que pode ser decidido por parte dos juízes e não é aplicado, isso acaba alterando a tua estratégia e o teu momento ali na bateria. Não é porque o cara entrou na tua cabeça, mas sim porque você acaba tendo que modificar toda a sua estratégia por algo que não rolou no momento e que supostamente teria sido diferente”, conta. “Te dá um pouco mais de ódio pra conquistar o que você quer. Os caras esquecem que, quanto mais eles tentam fazer alguma coisa comigo, pior fica, né? Então, é algo positivo também pra mim. Acho que eu estava precisando de um gás a mais”. Como num passe de mágica e tudo que a WSL esperava, os dois se enfrentam novamente no Finals e o clima de rivalidade já tomou conta. Os dois têm chances concretas de serem campeões do mundo e com toda a tensão, a comunidade do surfe quer ver o duelo. O jornalista Carlos Matias, que cobre o CT pelo Waves e Surfe TV, falou um pouco sobre como a rivalidade pode ajudar ou atrapalhar nas competições. "Eu curto quando tem rivalidade no circuito e acredito que faz parte do jogo entre surfistas de calibres parecidos. Acho que esse clima aumenta ainda mais a vontade de vencer, mas a tensão pode atrapalhar o atleta em momentos cruciais da bateria, como escolha de onda e se fica com a prioridade por longos períodos ou mais ativo, por exemplo. O mental é peça fundamental nesses momentos decisivos e com mais o ingrediente tensão o mais frio tende a errar menos também na parte técnica". A competitividade feroz entre Italo e Jack nos remete a grandes rivalidades dentro do Tour ao longo dos anos. "Essa tensão gerada entre atletas com certeza aumenta o interesse e a participação da torcida quando eles se enfrentam. Muitas vezes também gera dificuldade em aceitar o resultado", fala Matias. O Waves preparou uma breve lista com esses embates, alguns deles históricos. Confira: https://www.youtube.com/watch?v=--Pnevm_Jds Kelly Slater x Andy Irons - Considerada por muitos a maior rivalidade da história do surfe, essa disputa marcou a década de 2000. Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial, e Andy Irons, tricampeão, dominavam o Tour. Slater, com sua técnica e mentalidade estratégica, e Irons, com sua agressividade e estilo potente, representavam o surfe da melhor forma. O auge dessa rivalidade se deu entre 2002 e 2006, com ambos se revezando no topo do ranking. Um confronto marcante entre os dois foi a famosa final do Pipe Masters de 2006, com virada de Andy para cima de Kelly. Considerada uma das melhores finais do circuito mundial, Slater dominou a decisão do começo ao fim, com belíssimos tubos para Pipeline e Backdoor. Com notas 9.00 e 8.53, ele deixou os adversários em combinação durante praticamente toda a disputa. Depois de conseguir 8.43 e voltar para a briga, Irons surpreendeu a todos nos últimos cinco minutos, ao tirar 9.87 com um tubão para Pipeline e assumir a liderança. Slater ficou precisando de 9.31 para voltar à primeira posição. O até então octacampeão mundial ainda encontrou um bom tubo e descolou 8.73, mas na sequência Irons entubou fundo para o Backdoor e foi premiado com um 10 unânime dos juízes, levando a torcida na praia ao delírio. No fim, Slater acabou em combinação e teve que se conformar com o vice, enquanto Irons festejava o quarto título em Pipeline. https://www.youtube.com/watch?v=hDABgdpVJUE Gabriel Medina x Julian Wilson - Esta rivalidade foi uma das mais emocionantes da era moderna do surfe, pode dizer assim. As disputas entre o brasileiro e o australiano começaram em 2011, quando Gabriel venceu Julian na etapa da França, o Quiksilver Pro France, em Hossegor. No ano seguinte, em 2012, Wilson deu o troco e ganhou Medina no Rip Curl Pro Portugal, em Peniche. A final foi cheia de polêmica. Para quem não lembra, Julian precisava 7.55 para virar a bateria e pegou uma onda nos instantes finais, considerada com pouco potencial. Mesmo com a suposta onda ruim, os juízes deram 8.43 para o australiano, que venceu o duelo. Em 2014 se encontraram de novo, dessa vez na final do Pipe Masters. Gabriel disputou a última bateria já campeão do mundo (bastava chegar à final da etapa para ultrapassar Mick Fanning no ranking). E no duelo entre os dois, Julian levou a melhor novamente. Wilson, inclusive, tirou nota no critério excelente, 9.93 pontos. E pensa que acabou? Em 2018 os dois se enfrentaram de novo, e de novo em Pipe. E como em 2014, Gabriel lutava pelo título mundial. Medina eliminou nas semifinais o sul-africano Jordy Smith e garantiu a vaga na final do tradicional evento havaiano e conquistou seu segundo título mundial. A vitória em cima do Jordy tirou as chances de Julian de ser campeão do mundo. Para acalorar ainda mais o embate, Gabriel venceu o australiano na final da etapa. https://www.youtube.com/watch?v=tKYj0m8fFeA Tom Curren x Mark Occhilupo - A década de 80 e o início da de 90 foram definidos por essa batalha. Tom Curren, conhecido por seu estilo impecável, e Mark Occhilupo, com seu backside afiado, personificavam as disputas. Curren foi tricampeão mundial, mas as disputas com Occy (campeão mundial de 1999) eram sempre imprevisíveis e cheias de emoção. A rivalidade entre eles foi fundamental para popularizar o surfe profissional e mostrar que a personalidade de cada atleta podia ser tão importante quanto suas manobras. Um episódio marcante foi no Rip Curl Pro Bells Beach de 1986. Tom Curren venceu a bateria por uma margem mínima, mas o confronto foi tão épico que se tornou um marco. Ele não só solidificou a reputação de ambos como os principais surfistas da época, mas também simbolizou o choque entre duas filosofias de surfe: a linha perfeita e controlada de Curren contra a força bruta e imprevisível de Occy. Vias de fato Pranchada de Andy - O havaiano Andy Irons e o australiano Mick Campbell é um dos confrontos mais famosos de briga entre atletas. O incidente ocorreu em 2000, na França. Após perder uma bateria para Mick Campbell, Andy Irons ficou extremamente irritado. Os dois se encontraram na área dos competidores, e Irons, conhecido por seu temperamento explosivo e sua intensidade competitiva, começou a insultar Campbell verbalmente. A resposta de Mick Campbell foi direta, dando um soco em Andy. Irons, por sua vez, revidou lhe dando uma pranchada, mas a situação foi contida antes que se tornasse uma briga séria. O confronto rendeu a Mick Campbell uma multa severa da ASP. A rivalidade entre os dois começou bem antes, no US Open de 1998, em Huntington Beach, Califórnia (EUA). Embora não tenha havido uma briga física registrada publicamente no evento, a tensão entre Irons e Campbell já servia como o ponto de partida para o famoso confronto que aconteceria dois anos depois. Sunny Garcia parte pra cima de Neco Padaratz - A estréia de Neco Padaratz no Billabong Pipeline Masters de 2007, última etapa do WCT à época não foi uma das melhores expericências. Nos instantes finais do duelo, Neco foi agredido pelo havaiano Sunny Garcia e teve de sair da água rebocado pelo jet-ski. Neco estava em primeiro lugar no duelo, seguido por Sunny. Ambos disputaram uma onda no fim da bateria e acabaram se chocando. Totalmente descontrolado, Sunny começou a agredir Neco na água. O brazuca tentou se defender e saiu remando em direção ao jet-ski. Ao sair da água, Sunny foi correndo em direção ao catarinense, mas a situação foi amenizada pelos amigos do havaiano, que insultou bastante o brasileiro. Os juízes aplicaram dupla interferência e Sunny caiu de segundo para terceiro, enquanto Neco permaneceu na liderança e avançou direto ao quarto round. Confira toda a cobertura do WSL Finals aqui no Waves. Leia Mais 

Decisão em dois dias

Início adiado em Fiji

Italo de olho na montanha

Como assistir ao vivo



source https://www.waves.com.br/noticias/big-waves/competicao-big-waves/itacoatiara-big-wave-2025-uaradei-em-itacoa/

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