
[caption id="attachment_3654634" align="alignnone" width="696"] [media-credit id=6763 align="alignnone" width="696"][/media-credit] Gladson em sessão nas ondas de Maresias, São Sebastião (SP)[/caption] A notícia do falecimento de Gladson Calarezi Dezen, conhecido carinhosamente como Alemão, abalou a comunidade do surfe em São Paulo, em especial os praticantes da cidade de Osasco, sua terra natal. Segundo os primeiros relatos, Gladson sofreu um grave acidente em Maresias, São Sebastião, no Litoral Norte, na tarde do último sábado (16) enquanto praticava tow-in, modalidade que tanto amava. Ele foi ejetado da prancha e acabou apagando embaixo d’água. Resgatado praticamente sem sinais vitais, recebeu os primeiros socorros na areia, foi reanimado e entubado dentro da ambulância do SAMU, mas, infelizmente, não resistiu. Já estava debilitado quando foi socorrido e, para piorar, a ambulância ainda enfrentou dificuldades no atendimento ao quebrar a caminho do hospital. Gladson partiu fazendo aquilo que mais amava: surfar. Ficam as lembranças dos momentos vividos, a certeza de que o futuro é incerto e a importância de valorizar o presente. Cada dia é um verdadeiro presente de Deus para aproveitar a passagem incrível chamada vida. Gladson deixa esposa, Glauce Bassi Dezen, e o filho Yohan Bassi Dezen, de 13 anos, além de um legado de dedicação e inspiração para todos que acreditam que o impossível pode ser alcançado com esforço e determinação. [caption id="attachment_3654632" align="alignnone" width="696"] [media-credit id=6763 align="alignnone" width="696"][/media-credit] Gladson no auxílio ao jet ski no último sábado (16) em Maresias, São Sebastião (SP).[/caption] Uma trajetória de superação e paixão pelo surfe Aos 42 anos, com 32 deles dedicados ao surfe, Gladson conciliava a rotina de chaveiro — profissão herdada dos pais — com a busca incessante pelas grandes ondas. Nascido e criado em Osasco, sempre desafiou a lógica de quem acreditava que morar em uma “selva de pedra” poderia afastar alguém do mar. Seu primeiro contato com as ondas foi aos 10 anos, em Ilha Comprida, durante visitas aos avós. Dali em diante, explorou picos do litoral paulista como Guarujá, Ubatuba e, principalmente, Maresias, onde conquistou respeito por encarar as grandes ondas. A história de Gladson também foi marcada por obstáculos. Em 2000, sofreu um grave acidente que o deixou em coma por dois dias e de cama por quatro meses, com múltiplas fraturas. Recuperou-se e voltou ao mar. Enfrentou ainda um coice de cavalo, que resultou em quatro cirurgias, e um acidente com jet ski, que deixou uma cicatriz profunda na mão. Mesmo assim, nunca desistiu de perseguir o sonho de surfar ondas gigantes. Formado em educação física, Gladson tinha na família seu grande alicerce. O apoio da esposa e do filho, somados à disciplina com treinos e alimentação, mantinham-no preparado para os grandes swells. Espírito solidário e inspiração Gladson também demonstrava seu espírito de solidariedade fora d’água. Um dos episódios mais marcantes de sua vida foi a participação no resgate das vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, onde enfrentou momentos de tensão e violência, mas também ofereceu apoio humano e esperança às famílias atingidas. Mais do que adrenalina, para ele o surf era sinônimo de liberdade, superação e conexão com a natureza. Essa essência o aproximou de grandes nomes do surf brasileiro, como Carlos Burle, Alemão de Maresias, Rodrigo Koxa, Vitor Faria, Michaela Fregonese, Silvia Nabuco, Ian Cosenza e Michelle de Bouillons. O sonho de Nazaré Alemão tinha como próximo objetivo encarar as lendárias ondas de Nazaré, Portugal. Vinha intensificando seus treinos em Maresias, tanto no surfe quanto na pilotagem de jet ski, preparando-se para a missão. “Portugal me aguarde”, diz Alemão em 2024 para a reportagem do InnerSport, sempre com sorriso e confiança. Gladson Alemão Dezen deixa uma história de superação, coragem e paixão pelo surfe. Um exemplo de que, com determinação, é possível transformar sonhos em realidade — mesmo para quem nasceu longe do mar.
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https://www.waves.com.br/especiais/indonesia/borja-agote-indonesia-inexplorada/
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