Pular para o conteúdo principal

Artigo da Red Bull fala do desenvolvimento de equipamentos de segurança no surfe de ondas gigantes e destaca importância dos brasileiros nesse avanço.

Lucas Chumbo[caption id="attachment_3615977" align="alignnone" width="833"] [media-credit name="Ricardo Bravo / Red Bull Content Pool" align="alignnone" width="833"][/media-credit] Jet ski auxilia Lucas Chumbro na sessão.[/caption] A imagem de um surfista desafiando as ondas gigantes de Nazaré é, sem dúvida, uma das mais impressionantes do esporte. Aquele momento em que o atleta desce um paredão d'água, com a imensidão do oceano como pano de fundo, nos deixa boquiabertos e, muitas vezes, com um frio na barriga. A adrenalina e o risco são elementos intrínsecos ao surfe de grandes ondas, mas os praticantes da modalidade têm buscado cada vez mais formas de garantir a segurança. O esporte evoluiu significativamente nos últimos anos, tanto em termos de equipamentos quanto de protocolos de segurança. Os surfistas agora contam com coletes especiais, pranchas mais resistentes e sistemas de comunicação que facilitam o contato com as equipes de resgate. Além disso, a utilização de jet skis e outros equipamentos auxiliares tornou os resgates mais eficientes e rápidos. Um artigo publicado no site da Red Bull na última terça-feira (22) revela detalhes da evoluação de segurança no big wave. Segundo a Red Bull, antes chegar até o cenário profissional, os atletas trabalharam muito. O grande impulso desse movimento, infelizmente, aconteceu por causa de uma tragédia. Em março de 2011, o big rider havaiano Sion Miloski morreu em Mavericks, Califórnia (EUA), depois de surfar uma onda de 10 metros. Ele não conseguiu voltar à superfície e só foi encontrado 20 minutos depois. O impacto da perda fez com que um grupo de surfistas, liderados pelo brasileiro Danilo Couto e pelo havaiano Kohl Christensen, se juntasse para aprender sobre primeiros socorros. “Hoje em dia, houve uma evolução muito grande e tudo é mais seguro. Só por isso estamos conseguindo surfar ondas de 100 pés (quase 30 metros)”, diz Lucas Chumbo à reportagem. O Big Wave Risk Assessment Group (Grupo de Avaliação de Risco de Ondas Grandes) revolucionou a segurança dos big riders. No texto, a Red Bull diz que eles ainda ganharam o reforço e a sabedoria Brian Keaulana, um lendário surfista, salva-vidas do Havaí. Esse grupo começou a ensinar sobre primeiros socorros e resgate na água e a criar protocolos que são usados e melhorados até hoje. Ainda de acordo com a Red Bull, atualmente, os big riders e suas equipes aprendem sobre técnicas de ressuscitação, uso de desfibrilador, gestão de risco oceânico, técnicas de respiração, direção e resgate com jet ski, entre outras habilidades. Quando um surfista como Lucas Chumbo entra na água em Nazaré, existe um enorme esquema por trás pra assegurar que ele consiga pegar as melhores ondas e saia bem do mar. Trabalho em equipe - O texto continua dizendo que a equipe, em geral, conta com vários jet ski prontos para o resgate. No swell em que provavelmente quebrou o recorde de maior onda já surfada, em 2024, Lucas Chumbo contava com o apoio de 5 jet skis na água. Um deles reboca o surfista até a onda, enquanto os outros ficam de prontidão. De um posto de vigia localizado em um ponto alto, uma pessoa coordena o resgate, de olho na onda, no surfista e nos jet skis disponíveis. Outro olheiro fica na praia. Todos se falam por meio de rádios comunicadores. "Embaixo da água, um minuto é uma eternidade. Você precisa controlar a cabeça", fala Chumbo. A Red Bul conta ainda como é o procedimento após onda surfada ou uma vaca. "Quando o big rider termina de surfar a onda ou cai, um primeiro jet ski se aproxima para tentar o resgate. Os equipamentos são os mais velozes do mercado, com 325 cavalos, e os pilotos (que muitas vezes são surfistas também) estão entre os melhores do mundo. Se o primeiro jet ski falha na missão, os demais vão sendo acionados e se posicionando de forma a tentar tirar o surfista da água". E continua explicando como são os equipamentos. "Os jet ski são equipamentos com uma espécie de prancha atrás, onde o surfista consegue subir e se agarrar enquanto é puxado para fora do mar. Se o atleta está inconsciente, o piloto o coloca pra cima. Os surfistas também têm um treinamento especial para conseguir encarar as ondas gigantes. Um dos mais importantes é aprender a respirar de forma consciente e segurar o fôlego". O artigo ainda revela como o atleta de ondas gigantes é preparado para condições extremas. "Lucas Chumbo, por exemplo, consegue ficar 4 min 45s em apneia estática, parado embaixo d’água. Com o mar mexido, o tempo cai pra 2 min 45s. Mas dependendo do tamanho do mar e da sequência de ondas na cabeça, ele pode aguentar só 1 min 30s embaixo da água sem se afogar. Por isso, tem que saber dosar essa respiração nos momentos de tensão". Surfistas equipados - A Red Bull revela ainda que os surfistas entram na água equipados pra ter mais segurança. Eles vestem um colete de isopor, que ajuda a subir mais rápido e protege o corpo de impactos. Outro colete, só que inflável, é acionado pelo surfista quando ele está embaixo da água e leva o cara pra superfície entre 5s a 10s. A prancha, por sua vez, ganha uma proteção extra de fibra a carbono para resistir mais às batidas. O texto mostra que a evolução dos equipamentos não para. "O surfista Kai Lenny, por exemplo, está desenvolvendo um capacete de fibra de carbono, que absorve mais os impactos e não quebra. Recentemente, na primeira vez que vestiu um capacete para surfar em Pipeline, Havaí, Kai sofreu uma queda, bateu a cabeça e teve uma concussão. O capacete, que ficou rachado, provavelmente salvou sua vida" Brasileiros na linha de frente - O texto finalizando mostrando como os brasileiros já são referência não só em cima das ondas gigantes, mas também no resgate dos atletas. "Danilo Couto ajudou a criar e desenvolver os protocolos de segurança e criou o Big Wave Risk Acessement Group. Alemão de Maresias é um dos melhores pilotos de tow-in do mundo e já ganhou prêmio da WSL. Sérgio Cosme é uma referência e um dos mais importantes pilotos de segurança em Nazaré. São só alguns exemplos dos muitos profissionais super qualificados envolvidos nessa tarefa. Surfe em ondas gigantes é um trabalho em equipe". Fonte Red Bull

source https://www.waves.com.br/noticias/competicao/ct/por-dentro-do-tour-edgard-groggia-troca-ideia/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Juiz contesta resultado

ISA / Sean Evans Kanoa Igarashi tem nota fora do normal durante bateria contra Gabriel Medina, segundo juiz brasileiro José Cláudio Gadelha Reportagem do jornalista Roberto Salim, do portal UOL, ouviu José Cláudio Gadelha, que garante: Gabriel Medina venceu Kanoa Igarashi nas semifinais dos Jogos Olímpicos. Um dos principais especialistas em julgamento no Brasil, ex-diretor técnico da Confederação Brasileira de Surf até o fim do ano passado, Gadelha porém contesta a hipótese de “roubo”. “Não se pode colocar a questão neste patamar. Não se pode falar em roubo, porque todos os juízes que estão lá são supercapacitados. Eles têm o replay para julgar. Mas ficou sim uma dúvida: foi muito alta aquela nota que determinou a vitória de Igarashi”, explica. Para Gadelha, o fato de que as manobras são julgadas subjetivamente torna a avaliação das ondas bastante interpretativa. “Nós temos um grupo de pessoas ligadas ao surfe e analisamos muito o que aconteceu no Japão e pelas imagens, que est

Italo fica em quinto na Austrália

WSL / Aaron Hughes Italo Ferreira fica em quinto lugar no Margaret River Pro. Foto de arquivo. O Brasil está sem representante no Margaret River Pro. O único brazuca que chegou nas quartas de final foi eliminado por Matthew McGillivray. Italo Ferreira começou melhor a bateria, mas sofreu a virada e terminou o evento na quinta posição. A disputa entre os dois foi a segunda da fase. Italo abriu com 3.00 pontos, e na sequência conseguiu fazer boas rasgadas e finalizou duas direitas com batidas na junção. As notas 6.50 e 7.17 deram a liderança para o brasileiro. Porém Matthew reagiu. Primeiro ele anotou 7.10 e depois assumiu a liderança com 8.77, após atacar uma direita intermediária com boas manobras. Italo passou a necessitar de 8.71 pontos e não conseguiu chegar perto da virada. A derrota foi pelo placar de 15.87 a 13.67. Margaret River Pro Oitavas de final 1 John John Florence (HAV) x Kolohe Andino (EUA) W.O. (problemas estomacais) 2 Callum Robson (AUS) 9.87 x 7.57 Griffin Co

Em entrevista ao Let's Surf Podcast, Edinho Leite recorda trajetória do Série ao Fundo e traz detalhes sobre atual momento do canal, que deixou de produzir conteúdos.

[embed]https://youtu.be/PqVaWiDA1F4?si=PqpmRU-iL6OqK95f[/embed] Em um papo com o Let's Surf Podcast , Edinho Leite recordou o começo do Série ao Fundo, quando ele, ao lado de Tiago Brant e Renan Rocha, faziam análises dos eventos do Circuito Mundial (WCT) após as transmissões na ESPN. Na conversa, ele também analisa a evolução do projeto, desde a criação de outros quadros até outras produções especiais, como, por exemplo, viagens para coberturas in-loco do Pipe Masters. Hoje, o SAF, como é conhecido, passa por um período sabático, esperando o momento certo para voltar. Quer saber mais sobre toda a situação? O que aconteceu? Por que não produzem mais vídeos? Quando eles voltam? Confira no papo! Para assistir ao papo completo com Edinho Leite e muitos outros conteúdos, acesse o canal oficial do Let's Surf Podcast no YouTube . source https://www.waves.com.br/entrevistas/edinho-fala-sobre-serie-ao-fundo/