Pular para o conteúdo principal

Rampas do Bostrô e Galhetas

O swell do último ciclone, que atingiu parte da costa brasileira, rendeu bons momentos aqui no Guarujá. Peguei a prévia dele na terça feira em Itanhaém, um pouco mais ao sul, onde tenho alguns negócios, com ótimas esquerdas que quebraram na Prainha dos Pescadores.

A quarta-feira prometia altos tubos na a praia do Tombo, principalmente pelo vento terral. Comecei a ficar bastante ansioso, pois ainda estava “preso” no trabalho. Olhei a câmera bem cedo e vi que as ondas estavam fechando muito na maré seca.

Liguei para o fotógrafo João Corleone em seguida a fim de me acalmar, e ele confirmou as fechadeiras. Mas eu sabia que com a maré cheia poderia ficar do jeito. De qualquer forma, percebi que não conseguiria sair cedo de Itanhaém e resolvi dar mais uma caída na Prainha na hora do almoço.

O mar estava melhor que no dia anterior, com esquerdas e direitas extensas de até 5 pés, perfeitas para um bom surfe de longboard. Pernoitei já em casa no Guarujá. Fui checar o Tombo às 6:30 da manhã, mas o mar estava muito avacalhado com bombas de 6 a 8 pés.

Caminhei cheio de esperança até o canto das Galhetas, que também estava bagunçado. Desapontado, mas com esperança de que encaixasse durante o dia, voltei para casa, tomei um café com calma e mexi o corpo para estar pronto caso as condições encaixassem.

Dei mais um check às 11:30 e nada. Resolvi cair mesmo assim e quando voltei com a prancha ao meio dia, como num passe de mágica, as ondas encaixaram com bom tamanho.

Entrando no mar, encontrei Flávio Nakagima, que vinha lá do Sobre as Ondas. Perguntei como estava o mar olhando de frente e ele me falou que no meio da praia tinha altas esquerdas.

No line up, Amaro Matos confirmou o que o Naka disse. Peguei uma boa esquerda e, de repente, as direitas começaram a funcionar sem parar bem no canto, que é a melhor onda do pico.

Das 12:30h às 14 horas, surfei ondas incríveis que abriam até perto do Sobre as Ondas, revezando com Amaro, praticamente sem crowd e sem fotógrafos. Acredito que por ter demorado para o mar encaixar, ninguém apostou que poderia ficar tão bom.

Após minha saideira, encontrei o fotógrafo Cesar Surf Fotos, que pilhou para eu entrar e pegar mais uma. Ainda deu tempo de achar uma boa, porém a maré já tinha atingido seu ápice e as ondas diminuíram.

Na sexta ainda tinha bastante volume, mas não encaixou como no dia anterior. Sábado deu boas marolas nas Galhetas, já com crowd intenso e o Tombo apenas ameaçava encaixar.

Domingo, o Bostrô estava incrível, com esquerdas pesadas e constantes. Pude aproveitar a troca da maré e colocar a prancha nova em teste definitivo. Segunda-feira dei off no surf para ajeitar o esqueleto e trabalhar um pouco, apesar das boas condições.

Terça foi a cereja do bolo. Consegui desmarcar uma reunião em Itanhaém na parte da manhã. O vento noroeste e o swell virado totalmente de leste proporcionaram ondas de até 1,5 metros, daqueles mares raros, quebrando com perfeição do Bostrô ao meio da praia do Tombo.

O mais legal de tudo é que também não estava crowd, talvez pelo excesso de ondas que obrigou a galera a dar uma trégua para o corpo. Escrevo esse texto numa quarta-feira (17/08), sabendo que ainda tem altas marolas, mas já estava na hora de voltar ao trabalho… de olho no fim de tarde!

O post Rampas do Bostrô e Galhetas apareceu primeiro em Waves.



source https://www.waves.com.br/colunas/bom-de-bico/ciclone-no-guaruja-rampas-do-bostro-e-galhetas/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Italo fica em quinto na Austrália

WSL / Aaron Hughes Italo Ferreira fica em quinto lugar no Margaret River Pro. Foto de arquivo. O Brasil está sem representante no Margaret River Pro. O único brazuca que chegou nas quartas de final foi eliminado por Matthew McGillivray. Italo Ferreira começou melhor a bateria, mas sofreu a virada e terminou o evento na quinta posição. A disputa entre os dois foi a segunda da fase. Italo abriu com 3.00 pontos, e na sequência conseguiu fazer boas rasgadas e finalizou duas direitas com batidas na junção. As notas 6.50 e 7.17 deram a liderança para o brasileiro. Porém Matthew reagiu. Primeiro ele anotou 7.10 e depois assumiu a liderança com 8.77, após atacar uma direita intermediária com boas manobras. Italo passou a necessitar de 8.71 pontos e não conseguiu chegar perto da virada. A derrota foi pelo placar de 15.87 a 13.67. Margaret River Pro Oitavas de final 1 John John Florence (HAV) x Kolohe Andino (EUA) W.O. (problemas estomacais) 2 Callum Robson (AUS) 9.87 x 7.57 Griffi...

Juiz contesta resultado

ISA / Sean Evans Kanoa Igarashi tem nota fora do normal durante bateria contra Gabriel Medina, segundo juiz brasileiro José Cláudio Gadelha Reportagem do jornalista Roberto Salim, do portal UOL, ouviu José Cláudio Gadelha, que garante: Gabriel Medina venceu Kanoa Igarashi nas semifinais dos Jogos Olímpicos. Um dos principais especialistas em julgamento no Brasil, ex-diretor técnico da Confederação Brasileira de Surf até o fim do ano passado, Gadelha porém contesta a hipótese de “roubo”. “Não se pode colocar a questão neste patamar. Não se pode falar em roubo, porque todos os juízes que estão lá são supercapacitados. Eles têm o replay para julgar. Mas ficou sim uma dúvida: foi muito alta aquela nota que determinou a vitória de Igarashi”, explica. Para Gadelha, o fato de que as manobras são julgadas subjetivamente torna a avaliação das ondas bastante interpretativa. “Nós temos um grupo de pessoas ligadas ao surfe e analisamos muito o que aconteceu no Japão e pelas imagens, que est...

A história do Havaí

Reprodução Estátua de Kamehameha I em Hilo, Big Island. Nesta quinta-feira (11), o Havaí celebra o feriado Kamehameha Day, que homenageia o rei Kamehameha I, responsável pela unificação do arquipélago, em 1810. Mais de dois séculos depois de sua morte, Kamehameha e sua família ainda estão muito presentes na cultura do Havaí. Mas para relembrar o legado deste líder, o principal da história havaiana, é preciso viajar no tempo, até meados do século VII… Devido a sua localização no Pacífico, o Havaí permaneceu desabitado por milênios. A presença humana por lá começou por volta dos anos 600 e 1000, com os primeiros assentamentos polinésios. Eles navegaram em canoas, a partir das Ilhas Marquesas, a quase 4 mil km de distância. Por volta de 1.600, com uma população de cerca de 150 mil, o Havaí era tomado por conflitos internos e o contato com o mundo exterior era limitado. A primeira expedição oficial europeia a chegar no local foi registrada em 18 de janeiro de 1778, a terceira viage...