A havaiana Honolua Blomfield e o francês Edouard Delpero conquistaram os títulos do Surf Ranch Classic na quarta-feira (29) em Lemoore, na Califórnia (EUA). A bicampeã mundial sacramentou a vitória com a única nota 10 da primeira etapa do World Surf League Longboard Tour no Surf Ranch. Ela e o francês largam na frente na corrida pelos títulos mundiais de 2021, que serão decididos no Malibu Classic na próxima semana em Malibu Beach. A participação sul-americana terminou nas semifinais, com a brasileira Chloé Calmon e o peruano Lucas Garrido Lecca em quinto lugar.
A norte-americana Soleil Errico vinha sendo o destaque do evento. Ela foi a melhor da primeira fase com 15,57 pontos, com Chloé Calmon ficando em segundo com 13,46. Na semifinal, ganhou uma nota 9,03 e totalizou 16,23 pontos, ficando em primeiro lugar novamente. Mas, na decisão do título, Honolua Blomfield surfou uma esquerda de forma espetacular. Fez as manobras clássicas no bico dos pranchões e se entocou nos tubos para ganhar a única nota 10. A havaiana somou o 10 com o 8,50 da segunda direita que surfou, para superar Soleil Errico por 18,50 a 16,47 pontos. A francesa Alice Lemoigne ficou em terceiro com 13,10 e outra norte-americana, Avalon Gall, em quarto com 12,34.
“É uma das minhas vitórias favoritas até agora na minha carreira”, diz Honolua Blomfield. “Eu quero agradecer a Soleil (Errico) por me fazer elevar o meu nível e dar meu máximo para vencer. Estou muito feliz por ganhar esse evento, significa muito para mim e foi muito divertido competir aqui. Eu adoraria conseguir outro título mundial, só que eu sei que vai ser difícil com todas as meninas competindo tão bem, mas vou dar o meu melhor em Malibu”.
Na categoria masculina, Justin Quintal também foi o melhor no Qualifying, na semifinal e falhou na decisão do título. O atual campeão mundial venceu a semifinal por 18,07 pontos, somando notas 9,27 na direita e 8,80 na esquerda, mas acabou caindo nas duas direitas da final. O norte-americano acabou em quarto lugar e o francês Edouard Delpero faturou o título com as notas 8,33 e 7,67 das primeiras ondas que surfou na final. Com os 16,00 pontos, superou os 14,30 do australiano Harrison Roach, os 10,76 do havaiano Kai Sallas e os apenas 8,67 do norte-americano Justin Quintal.
“Foi um trabalho pesado, difícil, então estou muito feliz por esta vitória”, celebra Edouard Delpero. “Parabéns a todos os surfistas, que me incentivaram a surfar o meu melhor aqui. Certamente, foi o resultado de muito treinamento e estou muito grato por tudo que aconteceu hoje para mim. Eu mal posso esperar para chegar em Malibu e dar tudo de mim para conseguir outra grande vitória. Espero que eu possa prolongar esse momento lá”.
Melhor sul-americano – O peruano Lucas Garrido Lecca também fez boas apresentações nas direitas e esquerdas do Surf Ranch, alongando ao máximo as manobras “hang ten” e “hang five” mais tradicionais dos pranchões. Ele foi o sétimo melhor nas duas primeiras entradas na piscina. Ficou entre os oito classificados para as semifinais. O peruano não conseguiu vaga para a grande final, caindo nas sessões de tubos. Mas, foi o melhor sul-americano no Surf Ranch e é o mais bem colocado no ranking mundial, em oitavo lugar.
O Surf Ranch Classic terminou nesta quarta-feira e no domingo já começa o prazo do Malibu Classic, que vai até 13 de outubro em Malibu Beach. O evento será transmitido ao vivo pelo WorldSurfLeague.com e pelo aplicativo grátis da WSL.
Participação brasileira – A participação do Brasil não foi tão boa como nas etapas do Championship Tour, com Gabriel Medina e Filipe Toledo decidindo os três títulos lá disputados. No Longboard, só teve uma classificação para as semifinais, da carioca Chloé Calmon, que fez a segunda melhor apresentação na primeira fase realizada na terça-feira.
Na quarta-feira, ela não repetiu a boa atuação na primeira entrada na piscina. Na segunda, chegou a melhorar a nota da direita, de 5,43 para 6,73. Ficou precisando de 6,24 na esquerda para entrar no grupo das quatro finalistas, mas caiu logo no início da onda e terminou em sexto lugar no geral, com 12,47 pontos. Ficou bem perto de avançar para a decisão do título, pois a francesa Alice Lemoigne se classificou com 12,90 pontos. A brasileira marcou 5.000 pontos no Surf Ranch e é a quinta colocada no ranking mundial.
“Sempre foi um sonho surfar aqui no Surf Ranch. Já tinha visualizado isso há muitos meses, muitos anos, então quando cheguei aqui, eu sabia que tinha que manter os pés no chão e não ficar deslumbrada com tudo”, afirma Chloé Calmon. “Eu tentei dar meu melhor, mas aquela queda na minha última esquerda custou a vaga na final. Mesmo assim, estou feliz pela oportunidade de voltar a competir, de viajar, depois de tanto tempo. Agora já vamos para Malibu semana que vem e estou muito feliz e animada para competir lá”.
Três brasileiros – Entre os homens, apenas três brasileiros competiram no evento. O bicampeão mundial Phil Rajzman teve problemas com o visto de entrada nos Estados Unidos e só participará do Malibu Classic, que fecha o Longboard Tour 2021 na próxima semana. O ranking que define os títulos mundiais da temporada computará os resultados destas duas etapas da Califórnia e da única em 2020, o Noosa Longboard Open na Austrália.
Nas melhores ondas artificiais do mundo, os brasileiros não foram bem e ficaram nas últimas posições, entre os dezoito participantes. Augusto Olinto, que foi semifinalista em 2020 na Austrália, terminou na penúltima posição. O vice-campeão mundial de 2019, Rodrigo Sphaier, ficou na 15º e Jefson Silva na 14º. Os dois não tinham participado da etapa da Austrália e marcaram 3.500 pontos no ranking.
“Foi uma experiência legal estar aqui na piscina, é divertido, mas pra se adaptar eu acho que precisava surfar algumas ondas a mais. Nós tivemos só uma onda de treino e a onda tem uma força diferente da do mar”, analisa Jefson Silva. “Eu não consegui finalizar todas as minhas ondas, mas fico feliz em ter uma etapa de longboard aqui na piscina do Kelly (Slater). É um sonho de todo atleta participar de um evento aqui e agora é se preparar para Malibu. Foi o primeiro lugar que fui treinar quando cheguei aqui nos Estados Unidos, então já estou mais acostumado e fica mais fácil para que o trabalho seja bem feito lá”.
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