Pular para o conteúdo principal

Rafinha agiliza os shapes

O shaper Rafael Rodrigues da Silva Pereira, 41, nasceu em Santos (SP). Conhecido como Rafinha, ele conheceu o surfe de joelho ainda na infância, graças ao irmão mais velho Luiz Fernando, bicampeão paulista e campeão brasileiro em 1996, conhecido pelos kneeboarders brasileiros como “Índio”.

“Desde que me conheço por gente, em nossa família todos têm uma grande ligação com o mar. Então a minha vida sempre foi muito ligada ao oceano. Desde criança presenciava meu irmão com pranchas mais largas e menores que as convencionais e me questionava porque eram daquela forma”, diz Rafael.

Rafinha começou a surfar de joelho inspirado em seu irmão, o “Índio”.

Rafinha ganhou sua primeira prancha de kneeboard aos 9 anos, que era do seu irmão. Sempre aos finais de semana, seu pai colocava ela no rack do fusca e eles iam para a praia com varas de pesca, tarrafa e uma prancha de kneeboard, na qual aprendeu a ficar em pé muito rápido e nem imaginava que era para ajoelhar.

Em 1992, seu irmão o convidou para um campeonato na Praia do Pernambuco, Guarujá (SP), onde viu pela primeira vez Luiz Fernando ajoelhado em uma prancha, junto com os kneeboarders pioneiros Paulo Musgão e Reinaldo Goldinho.

Naquela ocasião, Rafinha já ficou encantado com o kneeboard. Achou muito diferente, já que até os seus 13 anos de idade só surfava em pé.

Rafinha também aprendeu a surfar em pé, mas se divertia mais no kneeboard.

O sonho de Rafinha sempre foi se tornar um grande competidor. Com o objetivo de conquistar o seu lugar em um pódio, se inscreveu na escola de competição em São Vicente (SP), onde teve como professor de surfe Lazaro Zeferino, técnico e laminador de pranchas, quem o ensinou a surfar, competir e laminar.

Durante um evento em Santos em 1994, o shaper Kareca fez uma prancha e sorteou para os alunos de escolinhas da baixada santista. Rafinha saiu de lá com vontade de colocar tudo o que aprendeu em um papel e colocar a mão na massa e fazer a sua primeira prancha.

Em seguida, depois dos primeiros toques e dicas, Rafinha comprou uma prancha velha e tentou fazer seu primeiro shape. Nessa mesma época comparecia nos campeonatos de kneeboard com seu pai, para torcer pelo seu irmão  “Índio”.

Ainda em 1994, ele ganhou mais uma prancha de kneeboard de seu irmão, que ficava guardada na escola de surfe e de vez em quando ia para a água. Acabava surfando de pé e ajoelhado, mas era de joelhos que sentia mais evolução e diversão nas ondas.

Enquanto começava a shapear, Rafinha foi campeão paulista da modalidade.

As pranchas de kneeboard, que poucos surfistas da época usavam, eram feitas por Armando Jaguary, shaper de Paulo Musgão. No mesmo ano, Rafinha descascou um kneeboard usado de seu irmão. Ele fez uma prancha em cima das linhas que já existiam, começou a lixar, retirando as partes amareladas e amassadas do bloco. Depois levou para um dos maiores apoiadores do surfe em São Vicente e toda baixada santista, o shaper Luiz Bocão, da Atona Surfboards, que finalizou a prancha.

Após terminada, a prancha foi colocada na água e funcionou. Rafinha acabou sendo campeão da última etapa do Circuito Paulista de Kneeboard, na praia do Pernambuco, em 1996. Com a mesma prancha, foi campeão paulista da modalidade, chegando a competir com o mesmo modelo em uma etapa do brasileiro amador. Na mesma ocasião, já estava fazendo pranchas convencionais para alguns poucos amigos.

Em 1999, foi chamado para trabalhar em uma fábrica de alta produção de pranchas para lojas do shaper Eduardo Reco, da Wave Star. O profissional lapidou Rafinha como shaper, ensinando e dando as maiores dicas. Com sua alta produção, Rafinha teve a oportunidade de se aprimorar, sendo indicado para trabalhar em outras grandes fábricas como back shaper em São Paulo.

O shaper atualmente trabalha com Henrique Saraiva (à dir.), campeão mundial de surfe adaptado.

Um ponto muito importante da carreira de Rafinha aconteceu em 2008, quando conheceu Henrique Saraiva, campeão mundial de surfe adaptado, natural do Rio de Janeiro e fundador da ONG Adaptsurf. E há dez anos seguidos, vem shapeando pranchas para o atleta e outros surfistas ligados ao surfe adaptado.

Definitivamente, através do kneeboard, Rafinha fez sua primeira prancha e atualmente possui 23 anos de profissão, com mais de seis mil pranchas shapeadas a mão, e outras em máquinas.

O post Rafinha agiliza os shapes apareceu primeiro em Waves.



source https://www.waves.com.br/variedades/equipamentos/rafinha-agiliza-os-shapes/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A história do Havaí

Reprodução Estátua de Kamehameha I em Hilo, Big Island. Nesta quinta-feira (11), o Havaí celebra o feriado Kamehameha Day, que homenageia o rei Kamehameha I, responsável pela unificação do arquipélago, em 1810. Mais de dois séculos depois de sua morte, Kamehameha e sua família ainda estão muito presentes na cultura do Havaí. Mas para relembrar o legado deste líder, o principal da história havaiana, é preciso viajar no tempo, até meados do século VII… Devido a sua localização no Pacífico, o Havaí permaneceu desabitado por milênios. A presença humana por lá começou por volta dos anos 600 e 1000, com os primeiros assentamentos polinésios. Eles navegaram em canoas, a partir das Ilhas Marquesas, a quase 4 mil km de distância. Por volta de 1.600, com uma população de cerca de 150 mil, o Havaí era tomado por conflitos internos e o contato com o mundo exterior era limitado. A primeira expedição oficial europeia a chegar no local foi registrada em 18 de janeiro de 1778, a terceira viage...

Carlos Burle estreia Bravamente, novo podcast de histórias inspiradoras. Série reúne entrevistas que mostram como esporte transforma vidas.

https://youtu.be/-s5QiotecjY O surfista e campeão mundial de ondas grandes Carlos Burle estreia nesta quarta-feira (25) o podcast Bravamente, série documental em áudio e vídeo que revela como o esporte tem sido, para muitos, mais do que uma prática física — uma verdadeira ponte para o equilíbrio emocional, propósito e oportunidades no mercado profissional. Com 12 episódios quinzenais e duração entre 15 e 40 minutos, o programa será lançado no YouTube (@bravamente_oficial) e no Spotify (Brava•Mente). A cada edição, Burle conduz conversas autênticas com personagens que têm o esporte como parte essencial da vida, em narrativas que misturam emoção, disciplina, superação e reconexão com o corpo e a mente. Entre os entrevistados da temporada estão nomes como Brenda Moura, promessa do surfe e skate brasileiro; Morongo, fundador da Mormaii; Walter Chicharro, ex-presidente da Câmara de Nazaré, em Portugal; e Trennon Paynter, treinador da equipe olímpica canadense de esqui. Também participam exe...

Jack Johnson e Rob Machado partem para Bali, Indonésia, curtem boas ondas de Uluwatu e promovem show juntos.

https://www.youtube.com/watch?v=1lWFR0vSQqU&list=RD1lWFR0vSQqU&start_radio=1 Jack Johnson e Rob Machado partem para Bali, Indonézia, e promovem uma performance ao vivo muito especial nas Uluwatu Surf Villas, com vista para a icônica Uluwatu. Sendo ambos artistas e surfistas, não seria um show em Uluwatu sem antes um pouco de surfe. O dia começou com sessão de Jack Johnson e Rizal Tanjung, um dos maiores nomes do surfe indonésio. O mar estava com condições ideais, e Jack aproveitou para mostrar que, além de músico consagrado, continua sendo um surfista de respeito. Rizal, por sua vez, filmou a queda com uma GoPro Uma das maiores partes do surfe é esperar pelas ondas no outside, e é durante esse tempo que boas conversas acontecem, mas raramente são documentadas. Enquanto Jack e Rizal esperam por uma série, Jack conta sobre seu processo de composição, abordando como Rodeo Clowns e F-Stop Blues surgiram, e também relembra sua primeira viagem a Bali em 92. Pouco depois, Rob se junta...